domingo, novembro 24, 2024
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Recuperação ambiental da Lagoa de Araruama é destaque na Glocal Experience

Exposições, debates, workshops, oficinas, conferências, entre outras atividades. A Glocal Experience, evento realizado na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, propõe criar um laboratório de inovação social que vai debate soluções locais que podem impactar no futuro do planeta. Os temas são baseados nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Um dos destaques foi a recuperação ambiental da Lagoa de Araruama, que foi debatida, na tarde desta quinta-feira (14), no painel ‘Baías e Lagoas de Todos Nós’.

  • A discussão contou com a presença do biólogo, ambientalista e professor de engenharia ambiental de Cabo Frio, Eduardo Pimenta, que coordena o Projeto Imersão, que monitora a qualidade da água da Lagoa de Araruama desde 2021. Entre os participantes, também estiveram presentes: Jeremy Dawkins, professor de gestão urbana da Universidade de Camberra (Austrália), Alaildo Malafaia, condutor de ecoturismo e presidente da Cooperativa Manguezal Fluminense e o secretário da Casa Civil do Governo do Rio, Nicola Miccione. A mesa foi mediada pela jornalista Ana Lucia Azevedo, do jornal ‘O Globo’.

Para Eduardo Pimenta, essa foi uma grande oportunidade para dividir o exemplo de gestão de recursos hídricos que existe na Região dos Lagos e ouvir outras experiências. “O evento tem a proposição de mostrar experiências bem sucedidas de gestão em geral e no nosso caso, de bacias hidrográficas. Na mesma participação tivemos a oportunidade de trocar experiências com o case de sucesso da Baía de Sidney, na Austrália, que era uma das mais poluídas do país e foi recuperada. A Lagoa de Araruama também é um exemplo de reedição de saúde ambiental, com 85% das praias lagunares em boas e ótimas condições de balneabilidade, que se converte em saúde para a população que vive em torno dela, impulsionando o turismo, os esportes náuticos, produção pesqueira”, pontua o biólogo.

Quando a Prolagos assumiu os serviços de saneamento nas cidades Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia, em 1998, todo o esgoto in natura era despejado na Lagoa de Araruama e nas praias. A maior laguna hipersalina em estado permanente do mundo estava em avançado estado de degradação ambiental. Para ajudar na sua recuperação, a sociedade civil organizada solicitou a mudança do contrato, propondo que as concessionárias que atuam na Região dos Lagos antecipassem os investimentos em esgoto e aderissem ao sistema de captação a tempo seco, onde o esgoto que corre pela drenagem pluvial é desviado para coletores e o resíduo transportado para as estações de tratamento, retornando para o meio ambiente dentro dos padrões ambientais.

Com a mudança aprovada pelo poder concedente, Ministério Público e pela Agência Reguladora (Agenersa), em 24 anos, o índice de atendimento em esgotamento sanitário saltou de 0 para 80,12% e todo esgoto coletado é tratado. Além disso, a concessionária construiu 38 km de rede coletora, que atuam como cinturões, blindando a laguna e captando o esgoto que chega pela rede de drenagem. “A Lagoa de Araruama é um dos principais cartões postais da Região dos Lagos e para impulsionar ainda mais a recuperação desse importante ecossistema, em complemento à rede já existente, no mês de julho, iniciaremos a implantação de mais 26 km de cinturão. As obras começam em Ubás, em Iguaba Grande, e se estenderá pelas cidades da nossa área de concessão”, explica o diretor-presidente da Prolagos, Pedro Freitas.

Ao todo, serão investidos mais de R$50 milhões. A obra acontecerá nas cidades de Arraial do Cabo, Cabo Frio, Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia. Também fazem parte do cronograma, os bairros: Praia do Siqueira, Recanto das Dunas, Vila do Sol, Jacaré (próximo ao Mercado de Peixe) e Porto do Carro, em Cabo Frio; e Vinhateiro, Baixo Grande, Nova São Pedro e Campo Redondo, em São Pedro da Aldeia.

Modelo de recuperação para o Rio de Janeiro

Seguindo o exemplo do avançado projeto de despoluição da Lagoa de Araruama, a Baía de Guanabara vive um processo de mudança e começa a colher os resultados. Presente no painel, o secretário da Casa Civil do Governo do Rio, Nicola Miccione, pontuou a importância de as metas serem estabelecidas em contrato e destacou os resultados recentes de balneabilidade da Praia de Botafogo, devido a ações estruturantes da Águas do Rio.

“O Estado do Rio é um laboratório vivo em plena transformação. Sempre existiram promessas e ações paliativas e emergenciais para a Baía de Guanabara. O início dessa transformação já começou, vemos pela Enseada de Botafogo. Isso não é coincidência, são ações específicas da concessionária. Há metas a serem alcançadas e recursos previstos. Pela primeira vez temos uma situação que não é promessa, está previsto em contrato”, disse.

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