Foi eleita netas quinta-feira (4) as 16 horas, para a cadeira 17 da Academia Brasileira de Letras ABL a atriz Fernanda Montenegro que ocupara a cadeira a partir de março de 2022. Mais uma mulher a ocupa uma cadeira na academia que foi fundada por homens no final do século XIX, tendo à frente Machado de Assis referência nacional durante séculos. Mas a primeira mulher a ajudar na fundação da ABL, não foi reconhecida pelos imortais da época. A instituição com princípios fortes machistas não permitiu que Júlia Lopes de Almeida tivesse seu nome na fundação da ABL sendo vetado para se tornar uma imortal e de certa forma a feminilidade tivesse presença na casa dos poetas, leia o artigo abaixo:
Fundada em 1897, sob os moldes franceses, a Academia Brasileira de Letras (ABL) contou com a ilustre colaboração da escritora e abolicionista Júlia Lopes de Almeida. Contudo, embora a memorável autora tenha participado de reuniões e contribuído ativamente para a criação da instituição, ela foi esquecida.
Seguindo o padrão francês das academias literárias da época, a ABL, fundada em 1897, não aceitava mulheres. A cadeira que deveria ser da autora foi, então, concedida ao seu marido. Apenas em agosto de 1977 a Academia Brasileira de Letras passou a aceitar mulheres, com a entrada da escritora Rachel de Queiroz no seleto hall de autores.
Fonte:- Patricia Freire do Nascimento – USP- Darkside.blog.br- Aventuras na História
Votação
A sessão ocorreu a portas fechadas, em reunião com participações presenciais dos acadêmicos. A atriz de 92 anos não esteve presente devido o regimento da casa e recebeu 32 votos. Também houve dois votos em branco.
A cadeira que será ocupada por Fernanda Montenegro tem como patrono o jornalista Hipólito da Costa e já pertenceu também ao filólogo e dicionarista Antônio Houaiss.