Prefeito de Niterói fala sobre adaptação das cidades e projetos inovadores do município em evento que reúne representantes de 200 países no Egito
Niterói tem se destacado nacionalmente como cidade que desenvolve ações das questões da problematica Climatica com acompanhamento de politicas publica e nesta terça feira (08), o prefeito de Niterói, Axel Grael, defendeu na Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP-27), no Egito, a importância das cidades nas ações de resiliência e na luta pela mitigação das emissões de carbono. No pavilhão de Inovação das Nações Unidas, Axel destacou o novo cenário político brasileiro e a importância da parceria entre as diferentes esferas de poder.
“A eleição do presidente Lula estabelece um novo cenário de diálogo e de combate às mudanças climáticas em nosso País. O Brasil retomará seu protagonismo internacional neste tema, que precisa se ratificar também como prioridade dos governos locais e da sociedade organizada”, disse Grael, que também é vice-presidente de Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Frente Nacional de Prefeitos, representando os 500 maiores municípios do País.
Durante o evento, que reúne representantes de 200 países na cidade de Sharm El Sheikh, Axel Grael apresentou iniciativas de Niterói para resiliência, redução de desequilíbrio ecológico e requalificação urbana com soluções inovadoras baseadas na natureza. Ele citou investimentos da cidade em obras de contenção de encostas e mencionou o recém-inaugurado painel do IPCC municipal, uma plataforma de informações sobre mudanças climática, como parte das propostas de implantação de políticas públicas voltadas para neutralização de carbono e a ampliação de ações de preservação e sustentabilidade na cidade.
Grael destacou, em sua fala, a criação da Moeda Arariboia, em Niterói, como um modelo inovador de transferência de renda, e o programa Jovem EcoSocial, que promove a inclusão social de jovens.
A Moeda Arariboia beneficia cerca de 31 mil famílias em situação de vulnerabilidade social. Prestes a fazer um ano desde o lançamento, o programa tem um investimento anual de R$ 135 milhões. A moeda auxilia famílias que estão cadastradas no CadÚnico e que fazem parte do recorte de renda que as classifica como em situação de vulnerabilidade ou extrema vulnerabilidade. Em Niterói, mais de 100 mil niteroienses são beneficiados pelo programa.
“Nós selecionamos a comunidade do Caramujo, que sofreu muito com chuvas intensas provocadas pelas mudanças climáticas, para iniciar um projeto de conscientização climática no qual as famílias que cumprirem metas de redução de consumo de água, de energia e de lixo recebem valores na moeda Arariboia que podem ser usados na cidade”, disse o prefeito.
O secretário municipal do Clima, Luciano Paez, que acompanha Axel Grael no Egito, destaca que Niterói já vem realizando ações para o enfrentamento de fenômenos climáticos extremos.
“A Secretaria do Clima, em parceria com outras secretarias do governo municipal, está trabalhando em diferentes frentes como o projeto de neutralização de carbono em comunidades e a transição energética dos prédios públicos, como o Hospital Getulinho, que será o primeiro hospital neutro em carbono do Brasil”, ressalta Luciano Paez.
Axel Grael também falou da experiência com o programa Niterói Jovem EcoSocial, que está na segunda edição e beneficia moradores de 24 territórios.
“Nós escolhemos 500 jovens de comunidades em vulnerabilidade social para participarem de um amplo programa de reflorestamento e de capacitação técnica em diversas áreas. É um programa que já está em sua segunda turma e tem muitos resultados positivos”, disse o prefeito. “É muito importante envolver estudantes e jovens no tema da sustentabilidade e das mudanças climáticas, mostrar que tudo o que eles fazem importa. Eles querem se envolver e serem ativos. O que fazemos é dar voz e condições para que eles ajam”.
A secretária do Escritório de Gestão de Projetos, Katherine Azevedo, ressalta a importância de Niterói construir boas relações dentro e fora do País.
“Nossa cidade se coloca em posição de vanguarda ao buscar parcerias e soluções para o desenvolvimento, com sustentabilidade e justiça social”, pontuou.
Na noite de segunda-feira (7/11), o prefeito Axel Grael participou do painel Boas Práticas em Múltiplos Níveis de Ações para Emergência Climática, no pavilhão da organização internacional Iclei, Governos Locais para a Sustentabilidade. O moderador foi o secretário executivo do ICLEI, o belga Gino Van Begin e os debatedores foram a representante de Maui (Havai), Kelly King; o prefeito de San José (EUA), Sam Liccardo, e Marília Melo, secretária de Meio Ambiente de Minas Gerais.
Sobre a Moeda Social Arariboia – O programa da Prefeitura de Niterói tem um investimento anual de R$ 135 milhões e está em seu 10º crédito. A moeda beneficia famílias que estão cadastradas no CadÚnico. Em Niterói, mais de 100 mil niteroienses são beneficiados pelo programa. O valor do benefício varia conforme o número de membros da família. O valor inicial, para o primeiro membro, é de R$ 250. A partir daí cada membro recebe R$ 90 até mais cinco pessoas, totalizando 6 integrantes de uma mesma família, com valor máximo de R$ 700, para famílias com seis membros.
A Arariboia é a moeda alternativa para realização de transações econômicas sem utilização ou conversão por dinheiro com o objetivo de fazer girar e desenvolver a economia local.
Atualmente, mais de 4.500 estabelecimentos estão cadastrados e já realizaram transações em Arariboia, movimentando as vendas e o comércio. Com a Moeda Social, ganha o usuário que tem uma renda para suas necessidades básicas, como alimentação e farmácia, e o comerciante, que vê na moeda uma forma de ampliar sua receita.
Sobre o programa Niterói Jovem EcoSocial – Lançado em 2019, o Niterói Jovem EcoSocial é um programa desenvolvido pela Prefeitura de Niterói, por meio da Secretaria Municipal de Participação Social, que visa a promover a inclusão social de jovens em situação de vulnerabilidade social, com idades entre 16 e 24 anos, de forma qualificada, ao buscar desenvolver habilidades sociais e competências profissionais, por meio de capacitação técnica profissionalizante, elevando o potencial de empregabilidade dos participantes.
Os jovens passam por um curso de capacitação na Firjan e posteriormente, fazem atividades de campo nas áreas de reflorestamento; ações preventivas a queimadas e sinalização de trilhas da cidade, entre outras, com remuneração e auxílio transporte. O Jovem EcoSocial está na segunda turma, com 24 territórios beneficiados, entre os quais Bonsucesso, Beira da Lagoa, Boa Esperança, Jacaré, Rio do Ouro, Várzea das Moças, Maria Paula, Fazendinha, Praia Grande, Morro da Penha, Teixeira de Freitas, Caranguejo, Juca Branco, Coreia, Coronel Leôncio, Travessas, Nova Brasília, Buraco do Boi, Pátio Leopoldina, Morro da Ilha da Conceição, Boa Vista, São Lourenço, Vintém e Zulu (Santa Rosa).