Apresentação de esquete da Cia de Teatro Municipal marcou comemoração pelo aniversário de nascimento do artista criador da Casa da Flor
Em celebração ao aniversário de nascimento do artista aldeense Gabriel Joaquim dos Santos, a Praça da Matriz, no Centro de São Pedro da Aldeia, recebeu a apresentação do esquete “A Casa feita de cacos”, estrelada pela Companhia de Teatro Municipal. A dramaturgia documental retrata vida, obra e legado de Gabriel, criador da Casa da Flor, consagrada como patrimônio histórico e artístico nacional. A iniciativa foi promovida pela Secretaria Municipal de Cultura.
O secretário de Cultura, Thiago Marques, marcou presença no evento. “A gente fica muito feliz de poder apresentar essa homenagem e falar sobre a Casa da Flor. É uma forma de valorizar o artista, o legado importantíssimo que ele nos deixou e contar essa história para as pessoas que moram aqui, porque a Casa da Flor e o ‘seu Gabriel’ fazem parte da nossa história. Pessoas do mundo todo vêm até São Pedro da Aldeia para conhecer, se admirar e se inspirar na Casa. Só temos que parabenizar a Companhia de Teatro por se debruçarem sobre esse tema tão importante”, disse.
A construção da montagem teatral foi baseada em fontes reais, como entrevistas, transcrições e outros materiais factuais, que ajudam a narrar a história do artista, ícone da cultura popular. A exemplo de Gabriel, que “bordou” sua casa, a encenação, dirigida por Anna Fernanda Corrêa, também apresenta “Narrativas Bordadas” – telas bordadas à mão pelo Coletivo das Bordadeiras de São Pedro da Aldeia, projeto parceiro da Cia de Teatro. As telas reproduzem, fio a fio, os cenários da Casa da Flor e as anotações do próprio artista, que registrava fatos do cotidiano, da comunidade onde vivia, e as lutas trabalhistas da época.
Nascido em 13 de maio de 1892, Gabriel foi trabalhador do roçado e das Salinas, filho de um ex-escravo e de uma índia. Ele passou mais de 60 anos de sua vida dedicando-se ao sonho de adornar a sua casa com todo o tipo de material que encontrava, como cacos de cerâmica, de vidro, ladrilhos e azulejos. A edificação, datada do século XX, foi tombada como patrimônio cultural em nível estadual e federal.
Arte-educadora e coordenadora da Companhia de Teatro Municipal, Anna Fernanda Corrêa, também falou sobre o momento. “Para a gente, da Companhia de Teatro Municipal, é importantíssimo estar ocupando um espaço público da cidade para trazer a nossa memória, para falar sobre a nossa identidade cultural para as pessoas de São Pedro da Aldeia. Há muito tempo a Companhia vem pesquisando sobre a Casa da Flor e o ‘seu Gabriel’, um homem preto, pobre, trabalhador das Salinas. Falar sobre esse tema é falar sobre ancestralidade, memória e identidade do povo aldeense”, destacou.
Integraram o elenco da apresentação os atores Adriana Amarante, Carolina Lira, Fabrício Coelho, Davi Lisbôa, Gabriela Chaffin, Lucas Soeiro e Pâmela de Souza.
Sobre a Companhia de Teatro Municipal
A Companhia de Teatro Municipal foi regulamentada Lei Municipal nº 3.047/2022. É o primeiro projeto cultural voltado à produção teatral e à formação teórica e prática de atores e atrizes. A proposta é valorizar os talentos locais e proporcionar o desenvolvimento artístico contínuo, por meio da montagem e circulação de espetáculos teatrais dentro e fora do município.
Todos os candidatos admitidos passaram por um processo de seleção pública, aberto pela Secretaria Municipal de Cultura, sendo submetidos a um Teste de Habilidade Específicas (THE) para avaliação da aptidão e do nível do domínio em quesitos como interpretação, capacidade de improvisação, expressão corporal e dicção.