A poucas horas do início da votação, Niterói vive um clima de tensão e apreensão com denúncias de compra de votos e suspeita de militantes vindos de cidades vizinhas para distribuição de material de campanha. Dezenas de cabos eleitorais foram flagrados chegando em vans de São Gonçalo, trazendo consigo um número considerável de exemplares do jornal O Fluminense, que tem acusado repetidamente o candidato do PDT, Rodrigo Neves, ao mesmo tempo em que exalta o adversário Carlos Jordy, do PL.
Os jornais foram distribuídos em várias regiões da cidade. Testemunhas relataram que os exemplares eram entregues nas ruas, deixados nos para-brisas de veículos, caixas de correio e até arremessados nos portões das casas. Esse aumento incomum na circulação de O Fluminense — muito acima de sua média habitual — configura crime eleitoral, pois sugere possível influência indevida nas eleições.
A campanha de Rodrigo Neves já havia iniciado uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) contra O Fluminense, pedindo a aplicação de multa ao veículo de comunicação e solicitando a inelegibilidade de Carlos Jordy. Estima-se que aproximadamente 50 mil exemplares do jornal tenham sido distribuídos neste sábado (26/10), gerando a pergunta: quem pagou por toda essa tiragem?
O preço de venda do jornal seria, em média, R$ 3,50 por exemplar, o que somaria cerca de R$ 175 mil para cobrir essa impressão. Esse valor expressivo levanta suspeitas sobre um possível caixa 2 na campanha, especialmente porque qualquer registro desses gastos nas contas eleitorais poderia ser uma confissão de crime eleitoral. Resta agora à Polícia Federal investigar a origem dos fundos e as possíveis conexões com os dois indivíduos presos na última quinta-feira em Icaraí, que foram flagrados com meio milhão de reais em espécie, uma arma e panfletos de Carlos Jordy, que nega envolvimento com o caso.
As próximas horas prometem ser decisivas para a segurança e a legalidade do pleito em Niterói.