O polêmico diretor Frank Capra, do cinema de Hollywood dos áureos tempos da década de 1930, conseguia transformar a miséria da crise de 1929 em sonhos que transformavam a recessão em paradigmas para dar a volta por cima e mostrar que nem tudo está perdido, a esperança do sonho americano existe em tudo é possível quando você quer e é recheado de fantasias de uma dialética “bem e mau”, ele fez de seus filmes “best sellers” do cinema americano mesmo sendo imigrante italiano. De uma cidadezinha de pouco mais de 4 mil habitantes, imigra para os Estados Unidos e vira diretor de Hollywood muito a ver com muitos casos de cineastas que fizeram historias nas telonas de salas de cinema mundo afora. Haja pipoca e coca cola!
Mas, com certeza, a mostra Frank Capra no CCBB, com o debate entre o professor do curso de cinema da UFF Rafael de Luna e Maria Cau, articulista de cinema, participante da equipe da novela Vai na fé (Rede Globo) e que teve como mediação o curador José de Aguiar e com tradução de libras, serviu para que cinéfilos e apaixonados por cinema tivessem uma boa noção dos filmes de Capra e sobre as polemicas do diretor dos principais filmes debatidos entre eles, Do mundo nada se leva, A felicidade não se compra, O Galante Mr. Deeds (Mr. Deeds goes to Town, 1936) entre outros.
Maria Cau fala dos filmes de Capra com propriedade e reforça seu debate no anti-galã nos filmes de Capra que têm uns planos com bastante envolvimento grosseiro do ator principal na interpretação, segundo Maria uma forma de filmar diferenciada talvez até inovadora até os dias atuais.
Rafael de Luna descreve os filmes de Capra como ferramenta que serviu para que o cinema tivesse sua narrativa pro segunda guerra e falou que Capra, pós guerra, não conseguiu alcançar a maestria de seus filmes antes da guerra. E ai fica a pergunta: será que Frank Capra entregou alguém durante o macarthismo (politica perseguidora e antidemocrática aos artistas de Hollywood que representou uma verdadeira “caça às bruxas” nos USA), buscando investigar ações politicas de milhares de cidadãos do país supostamente ligados ao comunismo. As denuncias corriam soltas naquela época e toda e qualquer suspeita era denunciada e os denunciados, mesmo não sendo culpados, eram presos e delatavam outra pessoa para se livrar da prisão. Bem, o fato é que Capra pós 2ª guerra não foi mais o mesmo.
Sempre assisti aos filmes americanos com final feliz, sempre com a bandeira americana como plano de fundo. Não percebi este simbolismo nos filmes de Capra, mas que era doutrinação do modelo americano ah! isso sempre foi: de vencer e ser o pais referência de um mundo para se viver!