quarta-feira, dezembro 18, 2024
InícioCidadesAraruamaUm País sem Memória

Um País sem Memória

Domingo (08/12) o meu Botafogo seria campeão brasileiro, mas, margeando o futebol, aconteceu um fato desapercebido pela nação: faleceu em Petrópolis o primeiro locutor de cabine da Rede Globo: Ronaldo Cammarota. Maestro e barítono que, após negar ingresso na Deutsche Welle, mídia oficial da Alemanha, abriu a Rede Globo em 1965. O peregrino das estrelas dividia o seu cotidiano com um programa na Rádio UCP-Universidade Católica de Petrópolis; a sua cara-metade, a cantora lírica Maria Quadros, suporte de sua existência, componente essencial para as suas composições, vive o vazio da tristeza. Filha de Fabrício Quadros, covardemente perseguido no regime militar, foi um manancial e um abrigo cultural os quais deram ao Ronaldo a combustão para uma simbiose de arte, progresso e cultura.
Sei que o depoimento de um rude cidadão do interior de Araruama não terá ressonância, mas registrar a perda de um ícone dessa dimensão é obrigação de alguém que procura apontar um horizonte neste deserto de alienação cultural. Para não dizer que não falei das flores, enquanto o Alvinegro ganhava um título, partia um campeão de audiência! Descanse em Paz, Ronaldo Cammarota!
Minha total solitária indignação ao ostracismo ao qual o mestre foi submetido. Aliás, é peculiar um país sem memória.

Por: Daniel de Mendonça Chaves – 14/12/2024.

RELATED ARTICLES

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Advertisment -
Google search engine

Mais popular