Conheça a trajetória do Luiz Marques da Silva Gomes, que vive da pesca há 35 anos no município
Nada melhor do que conhecer a história do pescador ou pescadora vindo da cidade onde o nome e São Pedro e saber que parte do litoral entre o estado do Rio de Janeiro e São Paulo tem a origem Caiçara. Mas O que é o termo “caiçara” tem origem no termo tupi caá-içara, que era utilizado para denominar as estacas colocadas em torno das tabas ou aldeias, e o curral feito de galhos de árvores fincados na água para cercar o peixe. Além disso, o termo “caiçara” é uma denominação local para aquelas comunidades e indivíduos que vivem ao longo do litoral dos Estados de São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro. (WIKIPEDIA). Entendemos os currais que existem ainda hoje na Lagoa de Araruama que existem a séculos no Baixo Grande.
E uma noticia chegou de São Pedro da Aldeia
Ofício passado de geração em geração, a pesca enfrenta a passagem de tempo em constante evolução. Nesta quarta-feira (29), é celebrado o dia do padroeiro da cidade de São Pedro da Aldeia. Apóstolo pescador, o santo é considerado o protetor desses profissionais. Pescador há 35 anos, Luiz Marques da Silva Gomes, 50 anos, conta um pouco sobre sua trajetória e como conheceu o ofício.
Nascido e criado no bairro Poço Fundo, Marques iniciou na pesca artesanal aos 15 anos seguindo os ensinamentos do seu pai Lauro Luiz Gomes e também de Ismar Rodrigues Gabo, que viria a ser seu sogro. “É um ofício passado de geração em geração, aprendi com meu pai e com o meu sogro. Pescava todos os dias com ele, frequentava sua casa, e foi assim que conheci minha esposa, Michele, com quem estou casado há 24 anos. Juntos, temos duas filhas, Marcelly Gago Gomes, 22 anos, e Mirelly Gago Gomes, de 12 anos”, conta.
Pescador artesanal, Luiz trabalha com gancho de tainha e com troia. O primeiro sistema é formado por uma rede fixa durante os meses permitidos pelo defeso da Lagoa de Araruama. Já a troia é composta por uma rede de 200 malhas de altura, que precisa de quatro pescadores para arrastá-la. Esse trabalho é feito toda noite respeitando a época de reprodução dos camarões.
Marques conta, ainda, que a pesca do crustáceo também pode ser feita por meio de gancho. Neste caso, apenas dois pescadores conseguem realizar o trabalho e o resultado é um camarão mais selecionado. Além do cuidado com o Meio Ambiente, o pescador também é um profundo conhecedor das fases da lua e o efeito nas marés e na lagoa. “O gancho de camarão é uma rede de umas 30 braças (cerca de 80 metros de comprimento) que fica fixa por estacas por 15 dias. É da lua cheia até a lua nova, depois disso a gente tira que não adianta mais. No final dessa rede tem um caracol por onde o camarão passa e fica preso”, explica.
Luiz fala do clima pacífico e de brincadeiras na praia e relembra o legado deixado por seu pai e seu sogro. Ele também destaca que os pescadores contam com apoio do Departamento de Pesca, da Secretaria de Meio Ambiente, para tirar dúvidas e manter os registros em dia. “Ali na praia é tudo na paz, só brincadeiras, e muito devo ao meu pai e meu sogro que garantiam esse clima leve. Sigo os ensinamentos de humildade, sinceridade e bondade com o próximo e todas as coisas boas que eles deixaram. Trabalhei a vida toda na pesca e tudo o que eu tenho hoje agradeço a ela, minha casa própria, meu carro na garagem, formei minha filha mais velha e mantenho a mais nova estudando. Adquiri meu gancho. Foi tudo através da pesca. Sou muito grato”, destaca.
Texto: Aline Torres Guimarães