Xi Jinping e Lula durante a cerimônia de assinatura de atos no Palácio da Alvorada.
Foto: Ricardo Stuckert / PR
Em uma demonstração de fortalecimento das relações bilaterais, o Brasil e a China firmaram 37 atos internacionais em áreas como agricultura, comércio, investimentos, infraestrutura, ciência e tecnologia, saúde, educação e cultura. A assinatura ocorreu durante a visita de Estado do presidente chinês, Xi Jinping, ao Brasil, onde foi recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada, em Brasília, no dia 20 de novembro.
O principal objetivo dos acordos é elevar a parceria estratégica global entre os dois países ao patamar de “Comunidade de Futuro Compartilhado por um Mundo mais Justo e um Planeta Sustentável”. Entre os destaques estão a cooperação em infraestrutura sustentável, transição energética, inteligência artificial e economia digital.
Compromissos para os próximos 50 anos
Na declaração conjunta, Xi Jinping enfatizou que China e Brasil, como os maiores países em desenvolvimento de seus hemisférios, têm a responsabilidade de promover uma ordem internacional mais justa e equitativa. “Vamos aprofundar a cooperação em áreas como comércio, ciência e tecnologia e infraestrutura, além de reforçar nossa atuação em frentes emergentes como transição energética e mineração verde”, destacou o líder chinês.
Lula, por sua vez, ressaltou que os entendimentos fortalecem não só a relação bilateral, mas também a defesa da reforma na governança global e a promoção de um sistema ambientalmente sustentável. “Essa visita consolida uma parceria estratégica de 50 anos, com novas oportunidades para nossos povos e para a construção de um planeta mais equilibrado”, disse.
Acordos e sinergias estratégicas
Entre os compromissos firmados estão sinergias entre programas de desenvolvimento como o Plano de Transformação Ecológica do Brasil e a Iniciativa Cinturão e Rota da China. Também serão criadas duas forças-tarefa: uma para Cooperação Financeira e outra para Desenvolvimento Produtivo e Sustentável, que devem apresentar projetos prioritários em até dois meses.
Outro destaque foi o suporte chinês à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa lançada pelo Brasil na Cúpula do G20, que já conta com a adesão de mais de 80 países.
Comércio e investimentos em expansão
A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009. Em 2023, o comércio bilateral atingiu um recorde de US$ 157,5 bilhões, com superávit brasileiro de US$ 51 bilhões. Os produtos agropecuários representam uma parcela significativa das exportações brasileiras, com destaque para soja, milho, carne bovina e suína, além de açúcar e celulose.
Empresas chinesas têm desempenhado papel importante em projetos de infraestrutura no Brasil, incluindo usinas hidrelétricas e ferrovias, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a geração de empregos.
Parceria pela paz e sustentabilidade global
Além dos acordos econômicos, os líderes discutiram temas como a crise climática e conflitos internacionais. O interesse chinês pelo Fundo Florestas Tropicais para Sempre, proposto pelo Brasil, reforça a cooperação ambiental. Quanto à guerra na Ucrânia e ao conflito no Oriente Médio, os dois países reafirmaram seu compromisso com soluções pacíficas e sustentáveis.
A visita oficial será encerrada com um jantar no Palácio do Itamaraty, nesta quarta-feira, 21 de novembro. Xi Jinping deixará o Brasil após uma agenda que reforça a parceria estratégica e marca um novo capítulo na relação entre as duas nações.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.