Hoje, o Museu Nacional, localizado na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, será palco de uma importante cerimônia organizada pelo Ministério dos Povos Indígenas (MPI), em parceria com os Ministérios da Educação (MEC) e da Cultura (MinC), além do Ministério das Relações Exteriores (MRE). O evento marca o retorno do Manto Sagrado Tupinambá ao Brasil, uma peça de grande valor cultural e espiritual para o Povo Tupinambá.
A cerimônia oficial de celebração ocorrerá no dia 12 de setembro, com a presença de autoridades como a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, lideranças do Povo Tupinambá e representantes dos governos federal, estadual e municipal, além de outros convidados. Nos dias que antecedem a cerimônia, o Povo Tupinambá realizará rituais sagrados de vigília e visitará o manto em uma sala especial da Biblioteca Central do Museu Nacional.
A organização do evento é fruto de um diálogo contínuo entre as autoridades e o Povo Tupinambá, assegurando o respeito aos seus direitos e tradições em relação ao artefato.
### O Retorno do Manto Tupinambá
O manto, uma peça rara e sagrada para os Tupinambá, retornou ao Brasil em julho deste ano após ter sido preservado por séculos no Museu Nacional da Dinamarca. A devolução foi fruto de articulações entre as instituições brasileiras e dinamarquesas, com o apoio da Embaixada do Brasil na Dinamarca e de lideranças indígenas.
Em abril, uma delegação do Ministério dos Povos Indígenas esteve no território Tupinambá, na Serra do Padeiro e em Olivença, para realizar consultas com as lideranças e a comunidade local, em conformidade com a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Este processo foi essencial para garantir que o retorno do manto respeitasse a espiritualidade e as tradições do povo.
O MPI, por meio de suas secretarias e departamentos, vem trabalhando para assegurar que outros povos indígenas tenham acesso a bens culturais que se encontram em museus no Brasil e no exterior. O retorno do Manto Tupinambá representa um marco na valorização e preservação das culturas indígenas, além de fortalecer o vínculo ancestral entre os povos originários e seus patrimônios sagrados.
Esse momento, que mescla cultura, história e espiritualidade, promete ser um símbolo de reconexão com as raízes ancestrais e de reparação histórica para o Povo Tupinambá.
