A Polícia Federal (PF), em conjunto com órgãos de fiscalização ambiental, tem intensificado os esforços para identificar e responsabilizar os autores de queimadas ilegais que têm colocado em risco a biodiversidade brasileira e agravado as mudanças climáticas. Até o momento, foram instaurados 101 inquéritos para apurar os incêndios florestais criminosos em diferentes regiões do país.
Além dos danos ambientais severos, as queimadas afetam áreas públicas de grande valor ecológico e contribuem para o desmatamento. A PF, como polícia judiciária da União, atua de forma coordenada com o Governo Federal, governos estaduais e outras forças policiais. As investigações contam com o apoio de imagens de satélite para monitorar os focos de incêndio e determinar suas causas.
Para ampliar a fiscalização, peritos especializados estão sendo enviados às áreas afetadas, utilizando tecnologia avançada para identificar os responsáveis. O objetivo é punir não apenas os executores, mas também os mandantes dos crimes ambientais, buscando uma responsabilização completa.
### Plano Amas: Amazônia, Segurança e Soberania
A PF desempenha um papel central no Plano Amas: Amazônia, Segurança e Soberania, que visa fortalecer a segurança pública na Amazônia Legal. Como parte deste plano, foi criado o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI-Amazônia), que reunirá agentes de diversos países e representantes das secretarias de segurança pública dos nove estados da Amazônia Legal. O foco é combater o desmatamento ilegal e outros crimes ambientais, com ações de inteligência e cooperação internacional.
O Plano Amas, fruto de uma parceria entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), recebeu R$ 318,5 milhões do Fundo Amazônia. Esse investimento visa fortalecer as forças de segurança e promover a integração de órgãos federais e estaduais para combater o desmatamento, garimpo ilegal e o crime organizado.
### Operações em andamento
Em diversos estados, a PF já tem obtido resultados concretos no combate às queimadas criminosas:
– **Amazonas**: Em Boca do Acre e Lábrea, foram identificados 250 hectares de mata nativa queimados. Um indivíduo foi preso em flagrante e levado à Base Integrada Araçari.
– **Acre**: Operações em áreas federais resultaram na apreensão de gado, veículos e armas. Dois indivíduos foram presos e mais de 950 hectares de terra pública foram protegidos.
– **Chapada dos Veadeiros**: Quatro inquéritos foram abertos em setembro para investigar incêndios no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO) e em outras áreas protegidas. A PF cumpriu mandado de busca e apreensão contra suspeitos em Brasília e Goiás.
– **Terras indígenas**: Ações em Rondônia e Pará resultaram em prisões e repressão a queimadas criminosas em áreas indígenas, como Uru Eu Wau Wau e Apyterewa.
– **Roraima**: A PF prendeu um homem em flagrante em Caracaraí, após identificar focos de queimada através de monitoramento por satélite.
– **Pará**: Três suspeitos foram presos por incendiarem terras da União na região oeste do estado.
Essas ações são fundamentais para a proteção do meio ambiente e o combate aos crimes que ameaçam o ecossistema brasileiro.
**Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República**