Neste domingo (06/10), o avião KC-30 do Governo Federal pousou na Base Aérea de Guarulhos às 10h25, trazendo de volta ao Brasil 228 passageiros, entre brasileiros e seus familiares, além de três animais de estimação. A operação, batizada de “Raízes do Cedro”, foi uma ação coordenada pelo Governo Federal para repatriar cidadãos brasileiros que se encontravam no Líbano, região afetada pelo conflito com o grupo Hezbollah.
A chegada dos repatriados foi acompanhada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcando o final da primeira fase da operação. Entre os passageiros, muitos expressaram alívio por voltar em segurança. “Até que enfim vão parar os sons de bombas”, desabafou Karla Araújo Cardoso, que viveu sete anos fora do Brasil. Outra passageira, Mariam Sadek, resumiu o sentimento coletivo ao dizer: “Estou indo para a minha casa.”
Articulação internacional e operação de resgate
A ação foi resultado de um trabalho conjunto entre o “Ministério das Relações Exteriores”, em Brasília, a “Embaixada do Brasil em Beirute”, e a “Força Aérea Brasileira”. Cerca de três mil brasileiros manifestaram interesse em retornar ao país, e diplomatas foram responsáveis por confeccionar as listas e conferir documentações, com apoio do embaixador Tarcísio Costa, que acompanhou os cidadãos até a entrada no avião em Beirute.
Acolhimento no Brasil
Na chegada, os passageiros foram recebidos por uma equipe de 35 profissionais das áreas de saúde, direitos humanos, assistência social e segurança, coordenados pelo Governo Federal. O objetivo foi garantir um acolhimento digno, desde o desembarque até a resolução de questões burocráticas e emergenciais.
O “Sistema Único de Saúde (SUS)” também teve um papel central no processo. Quinze membros da “Força Nacional do SUS” estavam presentes para prestar atendimentos emergenciais e avaliar o estado de saúde dos repatriados. “Temos equipes mistas que falam português, árabe e francês, para garantir uma comunicação fluida e humanizada”, explicou Debora Noal, especialista em saúde mental da equipe.
Apoio social e de segurança
Além da assistência médica, profissionais da “Polícia Federal”, da “Anvisa” e da “Receita Federal” facilitaram o processo de imigração. O “Ministério do Desenvolvimento Social” preparou uma força-tarefa para apoiar casos de famílias sem vínculos no Brasil, com opções de abrigamento e acesso a programas como o “Bolsa Família”.
A “Organização Internacional para as Migrações (OIM)” também colaborou na triagem de necessidades de documentação e proteção dos repatriados.
Operação humanitária e o KC-30
O avião KC-30 da “Força Aérea Brasileira” foi a aeronave escolhida para a repatriação. Com capacidade para 240 passageiros e autonomia de 14.500 km, o avião já foi utilizado em várias missões humanitárias, incluindo resgates de brasileiros em Israel e Gaza. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, continua em diálogo com chanceleres do Líbano e países vizinhos para garantir a segurança nas próximas etapas da operação.
A “Operação Raízes do Cedro” foi organizada após o acirramento do conflito entre Israel e o Hezbollah, demonstrando o compromisso do Governo Federal com a proteção de seus cidadãos, mesmo em situações de extrema adversidade.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República