Segundo novos dados do SNIS 2023 (ano-base 2022), o estado apresentou variação positiva nos serviços básicos em relação ao ano anterior
Com mais de 16 milhões de habitantes, o Rio de Janeiro é o terceiro estado mais populoso do país. Cerca de 89,1% da sua população é atendida com água potável e 65% com coleta de esgoto, enquanto 54,8% do esgoto gerado é tratado. Em relação ao índice de perda, o estado perde 32% da água nos sistemas de distribuição. Os indicadores de saneamento do Rio de Janeiro ainda não estão alinhados com as metas estabelecidas pelo Novo Marco Legal do Saneamento, isto é, em que todas as localidades brasileiras devem atender 99% da população com água potável e 90% com coleta e tratamento de esgoto até 2033.
Todavia, conforme os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano-base 2022, o Rio de Janeiro evoluiu consideravelmente no índice de tratamento de esgoto e na redução das perdas de água. Além disso, o estado mais que dobrou o investimento em saneamento por habitante comparado ao ano anterior (2021).
Tabela 1 – Indicadores de saneamento no Rio de Janeiro e no Brasil
Fonte: SNIS
A partir da tabela acima é possível observar que o Rio de Janeiro apresentou uma pequena piora nos índices de água e coleta de esgoto. Por outro lado, o estado ampliou em 11,1 pontos percentuais o tratamento de esgoto e reduziu em 13,3 p.p as perdas nos sistemas de distribuição. Outra variação positiva é no aumento de investimento em saneamento por habitante, que passou de R$ 55,30 para R$ 144,32 – valor investido superior à média nacional de R$ 111,44 per capita.
Investir em saneamento se traduz na melhoria da qualidade de vida da população. Ampliar o tratamento de esgoto tem impacto direto na saúde da população, uma vez que reduz a contaminação por doenças de veiculação hídrica, além de conservar o meio ambiente, pois evita a contaminação do esgoto não tratado ao solo e nos corpos hídricos (rios, mares, lagos). Ademais, a redução de perdas na distribuição é fundamental para que mais pessoas tenham acesso à água potável e implicaria na disponibilidade de mais recurso hídrico para a população sem a necessidade de captação em novos mananciais.
Para entender qual seria o efeito da universalização do saneamento em âmbito nacional, um estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil aponta que o acesso pleno aos serviços básicos podem gerar mais de R$ 1,4 tri em ganhos socioeconômicos ao país.
Em vista de universalizar os serviços de água e esgotamento sanitário, o estado do Rio de Janeiro ainda terá desafios a serem superados para cumprir com as metas estabelecidas pelo Novo Marco Legal. Sendo assim, para atingir essas metas é essencial que o estado continue evoluindo nos serviços básicos e investindo na infraestrutura de saneamento.