O Ponto de Cultura Ilê Asé Iya Oju Omi, de São Pedro da Aldeia, foi o único da Baixada Litorânea selecionado no Edital Mãe Gilda de Ogum, com o projeto “Ilê Asé Iya Oju Omi – Feira de Arte, Moda e Diálogos Afro-Culturais”. A iniciativa visa valorizar as culturas afro-brasileira e indígena, promover o protagonismo feminino e fomentar a economia criativa.
O edital, pioneiro no Brasil, é fruto de uma parceria entre o Ministério da Igualdade Racial, o Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e busca impulsionar projetos de preservação cultural e sustentabilidade.
Capacitação para mulheres negras e valorização cultural
A proposta do Ilê Asé Iya Oju Omi está voltada para a capacitação de mulheres negras pertencentes a comunidades de terreiro, com foco na cadeia produtiva da moda. As atividades incluirão oficinas de moda de terreiro e biojoias, rodas de conversa sobre igualdade de gênero, além do resgate de tradições afro-brasileiras, com inscrições destinadas a mulheres maiores de 18 anos.
Entre os objetivos do projeto, destacam-se o fortalecimento da economia criativa e a promoção do empoderamento feminino, conectando práticas ancestrais à contemporaneidade. O trabalho culminará na realização da 1ª Feira Afro e Indígena de São Pedro da Aldeia, um evento que reunirá exposições de artesanato, gastronomia típica, desfiles e rodas de diálogo cultural.
Ancestralidade e empoderamento
Maria Fiderioman, Iyalorisá fundadora do Ilê Asé Iya Oju Omi, destaca o caráter transformador do projeto. “Em 2025, teremos a oportunidade de resgatar práticas ancestrais, fortalecer o papel feminino e combater a violência doméstica e o racismo. A valorização das culturas afro e indígena é essencial para restaurar o equilíbrio coletivo”, afirma.
Juliane Carvalho, produtora do projeto, celebra a iniciativa como uma ponte entre o empoderamento feminino e a preservação cultural. “A arte e a moda são ferramentas poderosas de transformação social, que ajudam as participantes a reencontrarem suas raízes e criarem novos caminhos profissionais”, ressalta.
Josi Carvalho, do Ateliê Fiderioman, reforça a missão de preservar saberes tradicionais. “O projeto destaca a moda de terreiro e indígena como forma de resistência e empoderamento, conectando espiritualidade e ancestralidade”, conclui.
Sobre o Edital Mãe Gilda de Ogum
O Edital Mãe Gilda de Ogum selecionou 30 projetos em todo o Brasil, com investimentos de até R$ 50 mil por proposta, somando um total de R$ 1,5 milhão. O “Ilê Asé Iya Oju Omi” foi contemplado na categoria Fomento à Economia de Axé, evidenciando a importância de iniciativas que promovem a autonomia e preservação das comunidades tradicionais.
Um legado cultural em São Pedro da Aldeia
Com mais de 20 anos de atuação, o Ilê Asé Iya Oju Omi, fundado por Márcia de Oxum, é um terreiro de Candomblé localizado na zona rural de São Pedro da Aldeia. Reconhecido como Ponto de Cultura pelo Ministério da Cultura e certificado como Ponto de Memória pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), o espaço é um símbolo de resistência e valorização das culturas afro-brasileira e indígena.
Além das práticas religiosas, o terreiro promove projetos que fortalecem a consciência racial e a riqueza cultural, contribuindo significativamente para o desenvolvimento da comunidade local.
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